
Evento aberto a toda população ofereceu exame físico e esclarecimentos sobre as principais doenças da glândula, como o hiper e o hipotireoidismo
Pessoas de todas as idades tiveram acesso a exames gratuitos de tireoide e esclarecimentos sobre doenças provocadas por essa glândula, na manhã desta quinta-feira, 23/05, no pátio frontal do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE). A ação foi promovida pela unidade, em virtude do Dia Internacional da Tireoide, celebrado em 25 de maio.
Exames de palpação da tireoide, vídeos educativos e folhetos explicativos estavam disponíveis à população em geral e também a pacientes do IEDE. Este ano, o tema da campanha da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia destaca a doença ocular da tireoide.
“Muitas pessoas não sabem que a gente pode desenvolver um problema nos olhos, por conta de uma disfunção da tireoide, principalmente em casos hipertiroidismo, como a Doença de Graves”, explicou a endocrinologista Karen De Marca, diretora do IEDE.
Segundo ela, a oftalmopatia, doença ocular da tireoide, é uma inflamação que ocorre devido a um problema autoimune, que afeta os músculos e a gordura ao redor dos olhos e leva à proptose, quando os olhos ficam “saltados”. É mais comum de ocorrer entre fumantes.
A dona de casa Vanilda Rodrigues de Lira foi ao IEDE levar a mãe para uma consulta e se interessou em participar da triagem de tireoide.
“Resolvi aproveitar para saber se tenho algum problema, já que, na minha família, há outros casos relacionados à tireoide, como o da minha mãe, que é paciente recente aqui do IEDE. O médico que me examinou detectou alguma alteração e me encaminhou para uma consulta”, disse.
Ao todo, 112 pessoas participaram da triagem, sendo a maioria de mulheres, (90,2%). Dessas, 35,7% têm histórico de problemas de tireoide na família e 23,9% já fazem algum tipo de tratamento para a tireoide. O nódulo palpável foi detectado em 21,1% e a oftalmopatia em cerca de 6%.
Saiba mais sobre a tireoide
A tireoide é uma glândula em forma de borboleta, localizada na parte anterior ao pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo de Adão, o popular, gogó. Os hormônios produzidos por ela são o T3 (triiodotironina) e o T4 (tiroxina), que agem na função de órgãos vitais como coração, cérebro, fígado e rins. Interfere, também, no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, no peso, na memória, na concentração, no humor e no controle emocional, garantindo o equilíbrio do organismo.
Quando a tireoide não funciona adequadamente pode liberar hormônios em excesso (hipertireoidismo) ou em quantidade insuficiente (hipotireoidismo). No hipertireoidismo, percebe-se comumente um aumento do metabolismo do corpo que pode apresentar: perda de peso; aumento dos batimentos do coração; intestino mais solto; fala e mente mais agitadas; alterações do sono, principalmente insônia; pele mais quente e úmida; tremores nas mãos; e mais cansaço.
Por outro lado, se a produção de hormônio é insuficiente, provocando o hipotireoidismo, o organismo começa a funcionar mais lentamente. Assim, o coração bate mais devagar, o intestino prende e o crescimento pode ficar comprometido. Ocorrem, também, diminuição da capacidade de memória; cansaço excessivo; dores musculares e articulares; sonolência; pele seca; ganho de peso; aumento nos níveis de colesterol no sangue; além de depressão.
Tanto no hipo como no hipertireoidismo, pode ocorrer o aumento no volume da tireoide, chamado bócio, detectado no exame físico. Problemas na tireoide podem aparecer em qualquer fase da vida, do recém-nascido ao idoso, em homens e em mulheres. Outra alteração relativamente comum nessa glândula são os nódulos, que podem ser percebidos na palpação.